Sua vida está sendo sugada pelo Facebook

Sua vida está sendo sugada pelo Facebook

Facebook causa estresse e ansiedade, diz pesquisa

 

Você já se pegou checando o Facebook de quinze em quinze minutos, só para ver se há alguma coisa nova? Assim como muitos usuários das redes sociais, você gasta um bom tempo pensando no que colocar no site para que seus contatos leiam? Participantes assíduos de redes sociais costumam colecionar centenas de amigos e postar fotos em situações felizes, mas esses relacionamentos virtuais podem trazer muito estresse e ansiedade.

Editora Globo

Pesquisadores Universidade Edinburgh Napier, na Grã-Bretanha,  entrevistaram 200 estudantes que costumam usar o Facebook e outras redes sociais e constataram as situações que mais geram estresse.

Dos alunos questionados, 12% disseram não gostar de receber pedidos de amigos novos; 63% demoram para responder a esses pedidos; um em cada dez disse que o site deixa ansioso e três em cada dez disseram sentir culpa por não aceitar um pedido de amizade.

Os pesquisados afirmaram que se sentem pressionados para fazer atualizações criativas e não gostam de aplicar regras de etiquetas virtuais para amigos diferentes.

 

 

Os pesquisadores então questionaram: "se o Facebook gera tanto estresse, por que você continua nele?".

A maioria respondeu que usa o site para ficar em contato com amigos e não deleta a conta porque não quer perder nada de interessante ou ofender outras pessoas. Essa pressão mantém os usuários em um tipo de "limbo neurótico", segundo a pesquisa. Eles ficam sem saber o que fazer, se entram e checam se há algo importante a ser visto ou se deixam o site de lado, dizem os pesquisadores.

Outro resultado encontrado foi que as pessoas com mais contatos são as que passam mais tempo no site e também as mais estressadas. Os pesquisadores supõe que os usuários ficam estressados por causa da estrutura do site, centrada na pessoa. É como se você estivessee em um site de notícias sobre você mesmo. Quanto mais contatos, maior a audiência e maior é a pressão para produzir algo interessante sobre si.

 

 

 

 

 

Cérebro funciona como Facebook, diz estudo

 

Nossos neurônios agem como os usuários mais populares do Facebook, segundo uma pesquisa da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos.

De acordo com o estudo, apenas uma pequena parte das células nervosas é responsável por um grande número de funções importantes. Na comparação com o Facebook, apenas uma pequena parcela dos usuários corresponde pela maior parte dos conteúdos compartilhados no site. A maioria dos neurônios – assim como os membros do Facebook – realizam menos atividades.

Os pesquisadores descobriram que a população de neurônios com mais atividade fica no neocórtex, parte do córtex cerebral formada pela camada enrugada de matéria cinzenta. Ele é responsável por várias funções importantes, como percepção sensorial, funções motoras, localização espacial, pensamento e linguagem.

 

Antes disso, cientistas já desconfiavam que era uma parcela pequena de nossos neurônios do cérebro que fazia a maior parte do trabalho de processamento. Mas como não conseguiam observar os neurônios isolados, a hipótese não poderia ser confirmada. A equipe da Carnegie Mellon desenvolveu uma maneira de identificar e observar neurônios mais ativos do neocórtex. Colocaram uma marcação fluorescente em um gene ligado a atividade neural em ratos de laboratório, fazendo com que o neurônio “acendesse” quando ativado.

A equipe confirmou que os neurônios mais ativos expressavam o gene em questão, mostrando que a marca era uma boa indicativa de atividade cerebral celular. Depois, isolaram os neurônios ativos dos inativos e registraram sua atividade.

Os neurônios mais ativos lembravam a atividade dos membros populares de uma rede social, os outros neurônios lembram os usuários menos participativos. A maioria dos usuários da rede não atualiza muito, uma pequena parte deles é responsável pelo grande volume de informações da rede. Essas pessoas mais ativas costumam ser também conectadas com mais gente. Assim, enquanto compartilham mais informação, também recebem mais dados de sua rede de contatos, que também inclui internautas mais ativos.

Entre as células nervosas, a pequena, mas significante parcela ativa é mais conectada com outras, também mais ativas. E, por isso, recebe e troca mais informações, ou impulsos nervosos.
A descoberta pode ajudar os neurocientistas a saber quais células cerebrais são mais ativas e o quão estável é sua atividade. Novos estudos serão feitos com estes neurônios para descobrir qual seu papel no aprendizado.

 

 

No início do ano, o Facebook anunciou que era dono de tudo o que seus usuários postassem no site. Um estudante não gostou. Ao criar uma comunidade de protesto, obrigou a empresa a rever a decisão. E esquentou a questão: quem é o dono do que publicamos em redes como Orkut e Flickr?

 

AFINAL, O QUE É SEU NA WEB?

Desde que surgiram e se popularizaram, redes sociais como Orkut, Flickr e MySpace deram um novo e vertiginoso significado ao verbo compartilhar - e motivos a mais para repensar o direito de propriedade intelectual. A explosão do Facebook é o caso mais impressionante. Num espaço de oito meses, o site dobrou seu tamanho de cadastrados e atingiu a marca de 200 milhões de pessoas. Para se ter uma ideia, a população da Terra só atingiu esse contingente por volta do ano 1 d.C. Duzentos milhões de pessoas são mais do que a população de países como o Brasil (190 milhões) e a Rússia (155 milhões).

Nesse universo ainda experimental das trocas de informações, as regras sobre o conteúdo compartilhado estão longe de um consenso entre usuários e empresas. Na maioria dos casos, o membro tem direitos autorais garantidos sobre tudo aquilo que ele publica. Ou seja, a propriedade comercial do que está lá é somente dele. O ponto discutível é a obrigatoriedade de cessão de "licença limitada", ou de "licença não exclusiva". Os dois termos significam que, pelo tempo em que o usuário mantiver sua conta ativa, ele cede à rede o direito de "reproduzir, adaptar, modificar, traduzir, publicar, exibir e distribuir qualquer conteúdo que o usuário enviar ou exibir nos serviços ou por meio deles".

A aspa anterior foi tirada dos termos de uso do Orkut, o mais popular site de relacionamentos no Brasil - com cerca de 60 milhões de usuários no mundo, os brasileiros são 49,7%, ou quase 30 milhões. O MySpace, rede voltada para a divulgação de músicas de artistas novatos e consagrados, segue a mesma linha. O serviço também tem licença para usar o conteúdo publicado dentro dos domínios da rede - ele pode, por exemplo, destacar em seu portal a música de um "usuário do mês". A empresa diz, porém, que o acordo não lhe concede "o direito de vender ou distribuir de alguma outra maneira seu conteúdo fora dos serviços do portal".

No padrão usado pelo Flickr, site para postagem de fotos, todo o material inserido é de propriedade do usuário e não está liberado para terceiros. Caso o membro tenha interesse em alterar a licença, ou seja, disponibilizar esse conteúdo, o site sugere o modelo convencionado pelo Creative Commons, que permite compartilhamento e até remuneração definida pelo autor. Também há a possibilidade de o conteúdo ser licenciado pelo banco de fotos Getty Images, que fechou parceria com o Flickr recentemente. Alguns usuários são selecionados pelos editores da agência para oferecerem suas imagens com a licença "Rights Managed". A comercialização desse material rende pagamento ao usuário.

 

 

 

"ACHEI QUE AS PESSOAS NÃO TINHAM FICADO FELIZES"
Na entrevista a seguir, concedida pelo Facebook, o universitário Julius Harper conta como iniciou os protestos contra os novos termos de uso do site

 

Você tem o hábito de ler os termos de uso das redes que usa?
Normalmente não. Depois desse incidente, eu me comprometi a, toda vez que me cadastrar em algum site em que coloque minhas informações pessoais, a dar pelo menos uma lida rápida nas regras, só para ter certeza de que não há nada esquisito.

Ficou surpreso com a repercussão?
Sim e não. Acho que não esperava uma grande repercussão, mas quando li o post [no blog Consumerist], eu tive a sensação de que as pessoas não tinham ficado felizes. Sabia que isso iria evoluir para alguma coisa maior - mas não para o nível a que chegou.

Acha que as redes comunicam bem mudanças de termos aos seus usuários?
Como regra, não, não acho. Elas usam algumas pegadinhas, como "podemos mudar isso quando quisermos". Tenho ouvido sobre lugares onde isso tem sido usado para empurrar algumas medidas comerciais. Não acho que isso seja legal.

No futuro, qual vai ser a tendência das redes com relação à propriedade intelectual?
Ele pode seguir dois caminhos: compartilhado ou pago. Você vai ter que dividir os direitos de uso do seu conteúdo com uma empresa, em troca de acesso gratuito à rede social, ou vai ter que pagar para usar o serviço e privar essas companhias do direito a suas informações pessoais.