Racionalismo

Racionalismo

Chama-se racionalismo a teoria filosófica que dá a prioridade à razão como via de acesso ao conhecimento. De fato, o termo racionalismo é derivado da palavra razão. No racionalismo, tudo o que existe ao nosso redor tem uma causa inteligível, mesmo que não possa ser demonstrado de fato, como por exemplo, a origem do universo. Tal defesa da razão se converterá posteriormente na ideologia do iluminismo francês e, no campo da religião, desencadeou uma atitude crítica, em prol da defesa de uma religião natural.

Podemos traçar as origens do racionalismo na obra do filósofo moderno René Descartes, que por meio de suas obras mais conhecidas como o Discurso do Método e Meditações defende a razão como partida coerente para a verdadeira definição de tudo o que existe. É de um raciocínio como este que Descartes viria a elaborar a famoso frase: “Penso, logo existo”. Além de Descartes, outros importantes autores notáveis do racionalismo foram Leibniz, Pascal e Spinoza.

Para Descartes a razão, chamada também de bom senso, é a faculdade que todo homem possui de julgar. A diversidade de opiniões não prova que uns sejam mais racionais do que outros, somente prova que conduzimos nossos pensamentos por vias diversas ao não considerarmos as mesmas coisas. No início de seu Discurso sobre o método, Descartes afirma a igualdade, de direito, do bom senso ou razão: todos nós possuímos a razão, ou seja, essa capacidade de bem julgar e discernir o verdadeiro do falso. Mesmo sendo inata e naturalmente igual em todos os homens, nem todos utilizam corretamente de sua razão. Assim, surge a necessidade de um método, quer dizer, de um caminho certo, seguro.

No século XVII, o racionalismo se tornou uma corrente de pensamento que fazia oposição a vários outras, como por exemplo, o ceticismo, o empirismo e o misticismo. Rebatia o ceticismo ao atribuir à razão humana a capacidade exclusiva de conhecer e de estabelecer a verdade. Ao empirismo, por considerar a razão como independente da experiência sensível, por ser inata, imutável e igual em todos os homens. Ao misticismo, por rejeitar a intervenção dos sentidos e das emoções, porque no domínio do conhecimento, a única autoridade é a da razão.

São reconhecidos três tipos diferentes de correntes racionalistas: a metafísica, que considera que o mundo é ordenado logicamente e sujeito a leis. Há também a corrente epistemológica ou gnosiológica, que considera a razão independente da experiência e fonte de todo o conhecimento. Finalmente, há a corrente ética, que dá importância à racionalidade.