Costumes, tradições e cultura

Costumes, tradições e cultura

A Cultura da Itália é famosa pela sua arte e pelos seus monumentos, entre os quais se encontram a Torre de Pisa o Coliseu de Roma, bem como pela sua comida (pizza, pasta, etc.), vinho, estilo de vida, elegância, design, cinema, teatro, literatura, poesia, artes plásticas, música (especialmente a Ópera), e, de uma forma geral, por aquilo que é considerado por muita gente "bom gosto". Os italianos são considerados ao lado dos britânicos e franceses as pessoas mais elegantes do mundo.

 

 

Arte

Música

A música da Itália inclui diversos ritmos tradicionais como a tarantela, obras-primas da ópera como as de Giuseppe Verdi, Giacomo Puccini e Gioacchino Rossini e da música erudita Antonio Vivaldi. O país também é conhecido pelo seus tenores famosos como Luciano Pavarotti e Andrea Bocelli, além de artistas pop contemporâneos como Laura Pausini, Tiziano Ferro, Eros Ramazzotti, Vasco Rossi e Mafalda Minozzi. Destacam-se na composição de trilhas sonoras de cinema, com Nino Rota, Ennio Morricone. Na música eletronica destaca-se o DJ Gigi D'Agostino, Benny benassi e o pioneiro do ritmo Giorgio Moroder. Já no Rock, as bandas de heavy metal Lacuna Coil e Rhapsody of Fire são as mais conhecidas fora do país.

Língua

Festividades e feriados

Festividades e feriados
Data Nome em português Nome em italiano Obs.
1 de Janeiro Ano Novo Capodanno  
6 de Janeiro Dia de Reis Epifania  
Data variável Domingo de Páscoa Pasqua  
Data variável Segunda-feira de Páscoa Lunedì di Pasqua  
25 de Abril Aniversário da Libertação Liberazione 1945
2 de Junho República   1860
1 de Novembro Todos os Santos Tutti i Santi  
8 de Dezembro Imaculada Conceição Immacolata  
25 de Dezembro Natal Natale  
26 de Dezembro Dia de Santo Estêvão Santo Stefano  
31 de Dezembro Noite de São Silvestre San Silvestro  

Esporte

O futebol é o esporte principal da Itália, e os italianos são conhecidos pela paixão com que o jogam.  A Itália ganhou a Taça do Mundo de futebol quatro vezes: em 1934, 1938, 1982 e 2006.

Moedas

As moedas de euro italianas possuem cada uma um desenho único, mas referentes a um tema comum que visa honrar as obras de arte italianas mais conhecidas. Cada moeda foi desenhada por um designer diferente, nomeadamente, da moeda de 1 cêntimo à de 2 euros: Eugenio Driutti, Luciana De Simoni, Ettore Lorenzo Frapiccini, Claudia Momoni, Maria Angela Cassol, Roberto Mauri, Laura Cretara e Maria Carmela Colaneri. Todos os desenhos têm em comum as 12 estrelas da União Européia, o ano de distribuição e as letras sobrepostas "RI", de Repubblica Italiana (República Italiana).

 

 

Gastronomia

A culinária italiana evoluiu através dos séculos, ao longo das mais variadas alterações sociais e políticas; suas raízes podem ser traçadas até o século IV a.C.. Mudanças significantes ocorreram com a descoberta do Novo Mundo, que ajudaram a moldar muito do que é conhecido como a culinária italiana hoje em dia, através da introdução de ingredientes como batatas, tomates, pimentões e milho, todos eles parte central da cozinha daquele país, e que no entanto só foram introduzidos em grande escala a partir do século XVIII.

 

Tanto ingredientes como pratos mudam de região para região do país. Existem diversos pratos regionais importantes que também assumiram caráter nacional, enquanto diversos pratos que já foram regionais proliferaram, em diversas variantes, por todo o país. Queijo e vinho são uma parte importantíssima da cozinha do país, desempenhando diferentes papéis tanto regionalmente quanto nacionalmente, com sua inúmera variedade e leis de regulamentação (Denominazione di origine controllata, DOC). Também o café, mais especificamente o espresso, assumiu um papel de destaque relevante na cultura gastronômica da Itália.

 

História

A culinária italiana evoluiu extensivamente ao longo dos séculos. Embora a Itália como país, tal qual a conhecemos hoje, não tenha se formado até o século XVIII, a culinária típica daquele país apresenta raízes que vão até pelo menos o século IV a.C.. Através de diversas influências ao longo desta sua história, inclusive das regiões vizinhas, e devido à mudanças ocorridas depois de conquistas e distúrbios políticos, assim como a descoberta do Novo Mundo, formou-se uma tradição culinária concreta, que é reconhecida hoje em dia como uma das mais destacadas do mundo.

Antiguidade

 

O primeiro crítico gastronômico italiano conhecido foi um siciliano de etnia grega, chamado Arquestrato, que viveu em Siracusa no século IV a.C.. Entre seus escritos estava um poema que mencionava o uso de ingredientes frescos, "da estação e de primeira qualidade", e que os sabores dos pratos não deveriam ser mascarados por condimentos, ervas ou quaisquer outros temperos desta natureza, com uma ênfase especial para este estilo de preparo com os peixes. Este estilo de culinária parecia ter sido esquecido durante o século I d.C. quando a obra De re coquinaria foi publicada, com 470 receitas, incluindo muitas com grande uso de especiarias e ervas que seguramente escondiam muito do sabor natural dos ingredientes usados. Os romanos utilizavam-se dos melhores padeiros gregos para produzir os seus pães e importavam o queijo pecorino da Sicília, cujos habitantes eram tidos como os melhores mestres-queijeiros. Os romanos também eram conhecidos pela criação de cabras pela sua carne, e pelo cultivo de alcachofras e alho-poró.

 

 

Durante a roma antiga a gastronomia consistia somente em vegetais e frutas. Os romanos gostavam de alho, cebola, nabo, figo, romãs, laranjas, peras, maçãs e uvas. O prato típico era mingau de água com cevada. Uma versão mais sofisticada levava vinho e miolos de animais. Somente ricos comiam carne, geralmente de carneiro, burro, porco, ganso, pato ou pombo. Alimentavam os porcos com figos para que sua carne ficasse perfumada e criavam os gansos de maneira especial para com eles preparar patês. Faziam o mesmo com os frangos, alimentando-os com anis e outras especiarias.

 

 

Fontes

As fontes para o conhecimento da culinária romana incluem os textos de autores como Énio, Plauto, Horácio, Virgílio, Aulo Pérsio Flaco, Petrônio e Plínio o Novo. No campo das fontes escritas encontram-se ainda textos de carácter técnico como a obra De re rustica de Marco Terêncio Varrão, a De agricultura de Marco Pórcio Catão, os textos de Columela, para além da compilação de receitas De re coquinaria de Apício.  A arte fornece igualmente dados que são expressos através dos mosaicos, frescos, pinturas e na cerâmica. Registe-se ainda as informações arqueológicas presentes em restos de alimentos encontrados em túmulos, em acampamentos militares ou no estômago de múmias.

Refeições

Jentaculum

Os Romanos realizavam a primeira refeição do dia - o jentaculum - pouco tempo depois de se levantarem. Esta refeição era composta por pão, queijo, ovos e leite. O pão poderia ser embebido em vinho aquecido ou então regado com azeite e esfregado em alho. Quanto ao leite, o mais consumido era o de cabra ou de ovelha.  Durante a era do Império e por influência de alguns médicos, propagou-se o hábito de apenas tomar água de manhã.

Prandium

Por volta do meio-dia tomava-se, geralmente em pé (sine mesa), o prandium. Poderia incluir restos da comida do dia anterior, carnes frias, frutas e queijo. Não se tomava vinho durante essa refeição, pois ela era consumida no período em que eles estavam no trabalho.

Cena

A cena era a principal refeição do dia e iniciava-se à décima hora, o que corresponde às quatro horas da tarde (os Romanos contavam as horas a partir do nascimento do sol), prolongando-se até de noite.

A cena dividia-se em três partes: gustatio (ou gustus ou promulsio), prima mensa e secunda mensa. O gustatio era composto por uma série de aperitivos: comiam-se cogumelos, saladas, rábanos, couve, ovos e ostras. Para beber, tomava-se o mulsum (daí esta parte da cena ser também chamada promulsio), que servia para abrir o apetite e ao qual se atribuía a capacidade de prolongar a vida.

A prima mensa era composta por vegetais e carnes e a secunda mensa consistia na sobremesa, na qual se serviam frutas ou bolos.

Alimentos

Com excepção dos alimentos do continente americano (tomate, milho, batata, chocolate...) e de outros como o feijão, a massa, a carne de vaca (animal que era utilizado em trabalhos agrícolas e sacrifícios) os Romanos empregavam na sua alimentação alguns dos mesmos alimentos que se usam hoje em dia.

Puls

A puls, uma papa de cereais, era o alimento base dos antigos Romanos. Os cereais utilizados para elaborar a puls eram o trigo ou a espelta, que era torrados, moídos e cozidos, primeiro em água e depois em leite. Existiam algumas variantes da puls: a puls fabata (feita como favas) e a puls punica (que continha queijo, mel e uma gema de ovo).

Pão

Na Roma Antiga produzia-se uma extensa variedade de pães. Fabricar o pão era de início uma tarefa feminina, até que a partir do século III a.C. surgem os padeiros (pistores) que vendem o pão nas padarias (pistrinae).

Existiam basicamente três qualidades de pão, o panis mundus, o panis secundarius e o panis sordidus. O panis mundus era o pão de primeira qualidade, enquanto que o panis secundarius era um pão feito com farinha de segunda, possuindo mais farelo; este último tipo de pão teria sido o favorito do imperador Augusto. Quanto ao panis sordidus era o pão de mais baixa qualidade, consumido pelos pobres.

Com o propósito de melhorarem o sabor do pão já cozido, os Romanos cobriam a côdea com ovo e salpicavam-no com sementes de plantas aromáticas (funcho, anis, dormideira). O pão era acompanhado por figos (frescos ou secos), que não se comiam separados.

Carne e peixe

Consumia-se praticamente todos os tipos de carne animal: porco, javali (aper), lebre (lepus), coelho (cuniculus), galinha e borrego. Um petisco particularmente apreciado eram as línguas de rouxinol e flamingo.

A carne bovina era pouco consumida por diversos motivos, entre os quais os religiosos: aquele que matasse um bovino sujeitava-se a ser castigado com a morte ou o exílio. Para além disso, os bovinos eram vistos mais como animais de tracção do que de consumo.

No que diz respeito ao peixe, conheciam-se aproximadamente 150 espécies comestíveis. Também se consumiam moluscos e mariscos.

Garum

O garum ou liquamen era uma espécie de molho obtido a partir da maceração pelo sol (durante cerca de dois meses) do intestino de peixes, de preferência atum e cavala. Era usado em praticamente todos os pratos, inclusive nos doces.

O garum mais famoso era o fabricado em Cádis, localidade hoje situada no sul de Espanha. O maior centro produtor de garum de todo o Império Romano localizava-se no actual território de Portugal, em Troia, no Sado. Também havia importantes núcleos industriais de preparados piscícolas no Algarve e no Vale do Tejo, nomeadamente na Crimeia.

O garum encontra-se amplamente referido nas fontes literárias, segundo as quais teria um cheiro desagradável. Considerava-se que o melhor tinha uma cor semelhante à do vinho de Falernum.

Este produto não possui qualquer equivalente na moderna cozinha europeia. Julga-se que os molhos de peixe da culinária do Vietname e do sudeste asiático possam ser aquilo que mais se assemelha ao antigo garum.

Condimentos

A culinária da Roma Antiga fazia um uso generoso dos condimentos. Os principais condimentos utilizados na preparação das refeições eram a pimenta, os cominhos, orégão, salsa e até mesmo o mel.

Vinhos e outras bebidas

 

O vinho (uinum) acompanhava os pratos e era bebido diluído com água do mar ou água morna. Para que os vinhos se conservassem era necessário que fossem misturados com resina, pelo que depois tinham que ser filtrados no sacculus linteus (um tecido de linho) ou no colum uinarum (um utensílio de metal perfurado com pequenos orifícios). Em ambos os casos colocava-se gelo ou neve no fundo, que tinha como função purificar e refrescar o vinho.  Para além dos vinhos gregos, apreciavam-se os vinhos produzidos na península Itálica, como o vinho de Falernum (da Campânia) e o Caecubum (do Lácio).  Outras bebidas consumidas pelos Romanos eram a posca (feita com água e vinagre, sendo muito consumida pelos pobres e pelos soldados), zythum (uma cerveja de cevada ou trigo), o hydromel, camum (bebida fermentada de cevada) e cydoneum (bebida feita com marmelo).