Pela segunda vez neste ano, o FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu a sua previsão de crescimento para o PIB brasileiro em 2014 e agora prevê que a economia nacional vai crescer menos da metade da média dos países emergentes.
O Fundo estima agora expansão de 2,5% para a economia brasileira no ano que vem, 0,7 ponto percentual menos que na sua previsão anterior, de julho. Na sua primeira projeção, em janeiro, o organismo previa crescimento de 4% para o Brasil.
Apesar da redução, o FMI está mais otimista com a economia brasileira que os analistas consultados pelo Banco Central para o seu relatório Focus, que apontavam alta de 2,2% para 2014.
No caso dos emergentes, a previsão do Fundo é de avanço de 5,1%, ante uma estimativa anterior de 5,5%. Nenhum país (emergente ou desenvolvido) teve um corte maior que o Brasil nas projeções do organismo multilateral.
Para 2013, o Fundo manteve a sua previsão de crescimento de 2,5% para o Brasil. Já os emergentes devem se expandir em 4,5% (0,5 ponto percentual menos que sua estimativa de julho), com fortes recuos nas projeções para Rússia, México e Índia. Em 2012, o PIB brasileiro avançou 0,9%, enquanto a média dos emergentes foi de alta de 4,9%.
"A recuperação do Brasil vai continuar em ritmo moderado, ajudado pela depreciação no câmbio, por um ganho de força do consumo e por políticas que visam o aumento do investimento", disse o Fundo em relatório nesta terça-feira (8).
No entanto, o organismo afirma que a inflação alta (em 12 meses até agosto, o IPCA acumula alta de 6,1%) está afetando a renda real e pode "pesar no consumo". Por isso, recomenda o aumento na taxa de juros.
O Banco Central já elevou os juros quatro vezes neste ano, de 7,25% anuais para 9%. O Copom (Comitê de Política Monetária) se reúne novamente nesta semana e a expectativa do mercado é de novo aumento na taxa.